domingo, 31 de julho de 2011
no relevo do sonho
está tudo tão bonito aqui
que não consigo acreditar
nas flores que encontrei
e nas borboletas que vivi
parece tudo tão raro
temo fechar os olhos
e me perder desse lugar
estou propondo ao sonho
um sossego
palavrapresanaboca
quero te acompanhar...
sexta-feira, 15 de julho de 2011
niilismo paradoxal
Fiquei olhando para cima
Julgando conseguir ou não conseguir
Alcançar
O sonho de lá de cima
Me confundi comigo mesma
Entre pensamentos otimistas
Entre devaneios de fracasso
Estava tão ligada ao alto
Que de lá não saia
Não tirava o olho
Todo vento que sentia
Combinava perfeitamente com a cor do céu
A montanha que eu via
Era a minha distância da montanha
Era a minha eternidade cruel
sábado, 9 de julho de 2011
segunda-feira, 4 de julho de 2011
a(l)malternada
minha mulher não se conforma
com a sua menina e seus manifestos
que interagem em seus desejos
minha criança me agride
ao colidir os pensamentos
me inclinando a versejos
me escapando ao defeito
ingenuizado
de lua ...
metade se vê tímida
a outra metade se imagina
em desejos sublinhados
distintos em rima
detalhes,
toque invisível em cima
de resto não se sabe
entre o pueril e o ataque
melodia e barulho
vinho e límpido
um código transcrito
coração de menina, amor
coração de mulher, segredo
sucinto
domingo, 3 de julho de 2011
Sem apelos
E precisei de teu olhar de ser tristonho,
com mãos de poeta, escrever-te lenta,
para pretensiosa completar-te os olhos.
Pausadamente percorrer teu nome,
buscar seu tom suave, sem apelos,
perfume inconfundível, a cada letra.
Menina que se de fato existe, não se sabe,
nem se poderá de novo, ser tocada,
a passagem que em si não tem regresso,
quantas lembranças mortas (ainda vivem).
Janaús, purpurinas, lantejoulas reticentes,
pouco faz, refletem o oco da ilusão, poesia,
imagem penetrando espelho entristecido,
caindo implícita, ao chão, em mil pedaços.
Melina Coury
Homenagem a Coury, amo as palavras dessa poetisa =)
http://souriresetlarmes.blog.fr/
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