segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

dormindomar



a flor chorando me conta
vazia
que queria estar sozinha
no fundo do mar
onde não dá para a alcançar

eu, sentada, a ouvindo
tentei falar do céu, do sol, do vento que traz o ar

ela embaixo, encolhendo
de tanto chuvisco, de rosa
dormiu cansada, a desalento

terça-feira, 15 de novembro de 2011

virando os olhos




nem todas as luzes brilham para nós
nem todo azul é bem vindo
e nem todo vermelho é partida

como universalizar a cor, se cada olho enxerga um tom?
se cada olho tem um dom...
e maneira de se falar?

tem dias que os sentimentos te esmagam
tudo vira precipício
nada vira...

...virararia

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

do amargo ao vivo



significados
beiram o ditado
que cerceia o sonhar

com desejo preso na garganta
e o intolerante sabor do reprimido
o mundo escondido
passa a dessaraigar
o que em essência era bonito



e foi ingenualizado o sonhar
para manter o sentimento vivo
cospindo amargo da boca
cospindo
despindo
despindo...

domingo, 25 de setembro de 2011

desembrulhado coração




acalma coração
não te assustes com as bençãos
não desembrulhes desilusão...

acalma coração
vive a vida lenta
serenamente enfeitada
em amor, em ilusão...

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

in the half dream


tô confusa
não sinto a esperança nas minhas mãos
...
olhando pra cima distante
mascarado conflitoilusão

sábado, 20 de agosto de 2011

onde se esconde, rosa ingratidão? escondida (a)cena


esmagaram a rosa
junto com o meu coração
na minha manhã de chuva
derramei minha ilusão

parada no gelo
principiada no ataque
frenesiada ao recalque
me emudeci inteira
...
a rosa esvaiu-se toda
mudou de nome
quis rasgar a roupa
se esquecer da cor


Já sem reação à arte:
menti pro meu rosto,
menti em meu poema,

repeti a cena.

domingo, 31 de julho de 2011

no relevo do sonho




está tudo tão bonito aqui
que não consigo acreditar
nas flores que encontrei
e nas borboletas que vivi

parece tudo tão raro
temo fechar os olhos
e me perder desse lugar

estou propondo ao sonho
um sossego
palavrapresanaboca


quero te acompanhar...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

niilismo paradoxal




Fiquei olhando para cima
Julgando conseguir ou não conseguir
Alcançar
O sonho de lá de cima

Me confundi comigo mesma
Entre pensamentos otimistas
Entre devaneios de fracasso
Estava tão ligada ao alto
Que de lá não saia
Não tirava o olho

Todo vento que sentia
Combinava perfeitamente com a cor do céu
A montanha que eu via
Era a minha distância da montanha
Era a minha eternidade cruel

sábado, 9 de julho de 2011

olvidando histórias




ela ficou sem entender
o sentido do rio
as partes escuras
que a maltratavam suavemente ...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

a(l)malternada





minha mulher não se conforma
com a sua menina e seus manifestos
que interagem em seus desejos

minha criança me agride
ao colidir os pensamentos
me inclinando a versejos
me escapando ao defeito
ingenuizado
de lua ...

metade se vê tímida
a outra metade se imagina

em desejos sublinhados
distintos em rima
detalhes,
toque invisível em cima

de resto não se sabe
entre o pueril e o ataque
melodia e barulho
vinho e límpido
um código transcrito

coração de menina, amor
coração de mulher, segredo
sucinto

domingo, 3 de julho de 2011

Sem apelos


E precisei de teu olhar de ser tristonho,
com mãos de poeta, escrever-te lenta,
para pretensiosa completar-te os olhos.

Pausadamente percorrer teu nome,
buscar seu tom suave, sem apelos,
perfume inconfundível, a cada letra.

Menina que se de fato existe, não se sabe,
nem se poderá de novo, ser tocada,
a passagem que em si não tem regresso,
quantas lembranças mortas (ainda vivem).

Janaús, purpurinas, lantejoulas reticentes,
pouco faz, refletem o oco da ilusão, poesia,
imagem penetrando espelho entristecido,
caindo implícita, ao chão, em mil pedaços.

Melina Coury

Homenagem a Coury, amo as palavras dessa poetisa =)

http://souriresetlarmes.blog.fr/

quarta-feira, 29 de junho de 2011

flor a desalento




olhei para frente
seguindo o sentido do vento

eclipsiei o lar dos meus sonhos
me promoví a tamanho bem estar
sentindo meu corpo parar
em anestesia de sentimentos

senti agudo no peito
intuição me agitou
parei
o vento começou a se agitar
não soube falar
não soube nadar

me perdí no mar de ventos
quis voltar
poupando-me todo alento
buscando cessar de derramar
minhas tristezas de vento

segunda-feira, 20 de junho de 2011

contramão



truques de sentidos
a natureza nos convidando
à um ensaio reflectivo

sentí o vento no rosto
belo dia me agradei
belo dia detestei

a joaninha me encantou
a borboleta se aproximou

a mão me apaixonou
me trocando o sentido da atenção

detalhes da natureza
me tirando da contramão

domingo, 19 de junho de 2011

rememorar



chega e sem perceber
me alegra o dia
traz com seu ar a alegria
que eu queria estar

são palavras que se eternizam
que ecoam em minha mente
e voltam como flashes
para me fazer suspirar

o coração disparado
sussura a ânsia
sussura uma dança
enfeita a minha mente
e me acerta uma lança

e o coração me flagrou,
sorriso preso no rosto,







com gosto
gosto do amor.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

paralelo à cor




decorei o meu quarto
colocando os pedaços que me invadiram
em desvairada rotina

em cada canto uma cor
em cada desenho uma memória

só para não me esquecer
os quandos que o rosa invadiu
e os espaços que o sentimento deixou
nas vezes que o rosa se enlouqueceu
e simplesmente quis mudar de cor

domingo, 5 de junho de 2011

indo para lá



Dá pra tolerar a frieza do dia quando por dentro se está quente

enxugar o coração das lágrimas de antes
se torna diferente de abafar o soluço do choro

chorar alto
o que a alma pede
não se torna patético quando o coração admite sentir

se esconder embaixo das cobertas
e dormir demais
não se torna estratégia
porque nunca se estrategia não sair do lugar

levantando
e tentando andar para o outro lado
porque lá deve ser menos errado
do que os outros caminhos que acabei de chegar

segunda-feira, 30 de maio de 2011

acompanhada do vento




acreditando na beleza do vento
o meu vento começou a sorrir
os sentimentos da alma

e nasceu em mim
uma flor bonita
do campo do medo
distinta das outras
porque tinha segredos
na mistura das cores
que a sua pétala trazia

a ingratidão
que me causava arrepios
eu esquecí
quando o frio do vento
limpou minha pele
renovando a experiência
me arrepiando o gosto
me corando de expressão

com minha ventania acesa
e perfume de flor
peculiar levesa
que o vento bordou

sábado, 14 de maio de 2011

No som do vôo




odeio quando subo alto
como um pássaro bonito
e alcanço o melhor lugar
que os meus olhos querem estar

e depois caio
eu caio sem explicação
eu caio sem o menor motivo
e o desnível me choca
e não consigo mais parar de cair
machucando a minha pele
já ferida no rosto
nao quero o espelho
e fico detestando meus vôos
me inclinando a protestos
procurando a felicidade
detonada na regra do jogo

segunda-feira, 25 de abril de 2011

dançando com o olhar




queria poder descobrir o mistério
que segue no dia
que compete o agir
que repara os excessos
e alinha os elos

confusa,
no engolir ou cuspir
me atirar ou fugir
já na minha boca e derramada na minha pele

a felicidade toca sem determinar
o momento do choro e o do riso
se confunde dentro de mim
em egoismo e paixão
e me arrepia a pele
faz a minha alma voar
acreditando em pensamentos leves
agora eu só quero sonhar...

sincronizando as metades
estabilizando os desejos
meu coração batendo forte
me agitando por inteira
me deixando entorpecida

olhando dentro do olho
enxergando a dança
que a alma compôs
dentro do olho, enxergando a dança
que o coração inventou

domingo, 17 de abril de 2011

flechas no ar


O tempo parado
esperando a resposta

imensidão no espaço

e o tempo parado me flecha
me repetindo os abalos

quarta-feira, 6 de abril de 2011

ensaio mesclado




Tentei dançar
E logo parei
Minha música se confundiu com a da rua
Me esquecí do passo da vez ...

Busquei fechar meus olhos
Busquei me encantar
A rodopios
E em acessos
Emanar arrepios

Consegui registros finos
E logo parei
Minha mente em desconcerto
Desvariou a dança
Com o som da rua

Meu ensaio soou
Aos olhos de fora
Travado a escapes
Minha solidão cantou baixinho
E a rua ardeu
Ardendo o show
Dançando comigo
Ensaiando a realidade
Do meu interno som

domingo, 3 de abril de 2011

chegando perto do Sol




a mão que me tocou
me levou tão distante
que cheguei a voar
não sei se no céu estava comigo
ou se ficou na base, a me acompanhar

tempestades surgiram no caminho
pássaros tentaram me atacar
e os dedos entrelaçados nos dedos
me ajudaram a pousar....

agora no chão
diante do Sol
nao tive onde encostar
as minhas reflexões perante a vida
a minha vida estava lá

a minha mente borbulhando
em principiante tempestade de juízo
me mostra diante do espelho
o que antes estava escondido

domingo, 20 de março de 2011

sinais de voar


sinos em mim
sinais apagados
sobraram os estragos de tudo que passou

a fênix se mistura
em minha pele, costela
me recorda que lamúria
é pedra que me impede a voar

os sinos não param de soar
enquanto não acaba a música
me engana por hora
depois retorna
sinais a me enfeitiçar ...

palavras escondidas


hoje eu chorei quando me lí
quando conseguí escrever o que sentia
rebeldia falar
o que te ataca a alma
atacar o silêncio
interromper o incompreendido

quando chorei, me sentí tão íntima
me fazendo chorar
depois me descobrí
e me envergonhei ao nao postar
a poesia nobre que me fez chorar

domingo, 13 de março de 2011

extinto




a imagem distorceu
a minha imagem de eu
que mudei sem perceber
e participei sem lapidar
a parte de fora do espírito
me aniquilei a me espiar



hoje deixei explodir em mim
tudo que estava contido
toda a minha mudança reprimida

estou derramando meu íntimo


estou transbordando em detalhes mínimos

segunda-feira, 7 de março de 2011

misturada em você


É estranho e bom pensar em ti
algo em mim partiu
e eu nem percebí
as horas passando
ou o sentimento chegando

é certo e errado querer te ver
saudade que bate
me remete a privacidade
que me fez reviver

me vale o que me fez sorrir
minha mente em conflito
sem saber o que dizer
misturada ao que sentia
mergulhada no que agia
na verdade eu só via você

sábado, 19 de fevereiro de 2011

dança íntima


quero mais do que se imagina
um querer daqueles que se impregna, de tanto imaginar
sonho meus sonhos com rima
deliro com o que posso acreditar
ouvindo som doce
sentindo a alma dançar

acreditar no seu sonho
e acreditar, acreditar ...
acreditar....


menina abrindo os olhos para sonhar

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

medio-acreditar




com medo de sonhar
faço casinha embaixo da mesa
só quero espionar
entre os lençóis caídos
entre os detalhes do meu imaginar...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

coisas minhas *




tem tanta coisa em mim
que vou tentar deixar assim,
sem arrumar...

tô achando que o dia vai escolher o cheiro
que o meu humor vai combinar com o dia
e que as surpresas vão vir aparecendo
pra decorar a minha alegria...

tem tanta coisa aqui,
guardada
que eu tava pensando em doar
pra quem me fez sentir, de presente

pra não ficar congelada
pra não ficar estocada, de presentes e cartas
pra ser apresentada ou ser presente

e as emoções guardadas
eu pensei em transformar em cor
ou procurar músicas, até encontrar
a mesma frequência
e me frenesiar...

pensei que depois tudo ia se ajeitando
e eu ia me esquecendo que estava andando
sem nunca parar de andar

domingo, 23 de janeiro de 2011

Serei-a







O vento passa
E me alisa a cara
Às vezes uma brisa
Às vezes um tapa

Às vezes eu caio com a emoção do vento
E na mania de buscar o vento em mim
Eu não me achei
Eu só fui
E hoje eu serei.

Mas que tolice é essa de encontrar o que se escapa
De procurar no que se sente
E não fala
De distinguir o abstrato
De iluminar o que é bonito sombreado?

De tanto querer criar o vento
Ventanias dentro de mim
As idéias não param de girar
A ventania parece não cessar
As imagens, lembranças
Os meus sonhos
Não param de me atirar
Pro abismo de mim mesma

Sou eu mesma com o meu sonhar
Com a minha menina dos sonhos
Sinfonias dentro de mim
Quando meu sonho não é castigo
Quando é de se realizar
Músicas dentro de mim
E serei-a...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

trancada


as nuvens me emudeceram
e me trancaram em meus sonhos
de tanto olhar, se envaideceram
e se misturaram no ar só para eu poder sonhar
e imaginar
só pra me bagunçar
e rir sozinha

me tranquei
eu parada no carro, que não parava
...
...
...
não parava de sonhar